Marta Anselmo, 16 anos, é uma das raparigas de Nampula que em 2022 abandonou a escola, depois de ter concluído a 9ª classe. Ela vivia com a mãe em Chinga e foi neste posto administrativo do distrito de Murrupula onde estudou até concluir a 9ª classe. Mas os estudos viriam a ser interrompidos em 2023, quando mudou-se para a vila sede do distrito de Murrupula, onde foi viver com o tio.

Parte Picture2

Com alguma tristeza, Marta lembra que o tio nunca quis que ela continuasse com os estudos, por isso não se matriculou para a 10ª classe. “Ele sempre dizia que me trouxe da casa da minha mãe para cuidar dos filhos, e não para estudar. Enquanto isso, eu via minhas amigas indo para a escola. Isso atormentava-me diariamente. Eu passava horas no meu quarto a chorar.”

Mas as coisas começaram a mudar no dia em que Marta conheceu uma senhora que se apresentou como mentora de um programa voltado para o bem-estar das raparigas. “Foi nesse momento que partilhei a minha história e ela inscreveu-me nas sessões do programa AGE. Ela prometeu que faria o possível, junto ao seu supervisor distrital, para que eu pudesse voltar a estudar”.

Após três meses de participação em sessões do programa AGE sobre a importância da permanência da rapariga na escola, ela ganhou motivação para retomar os estudos. Hoje, Marta é aluna assistente da 10ª classe na Escola Secundária Armando Emílio Guebuza, e segue animada com os seus estudos e sonhos por concretizar.

Marta Anselmo é apenas um exemplo das cerca de 800 raparigas que este ano foram reintegradas na escola como alunas assistentes em seis distritos da província de Nampula (25 em Rapale, 50 em Meconta, 56 em Murrupula, 86 em Mecubúri, 105 em Mossuril e 227 em Monapo) e dois distritos da Zambézia (76 em Namacurra e 171 em Mocuba). Do total das raparigas reintegradas na escola, oito são grávidas e 13 já são mães.

A reintegração de raparigas que estão fora do sistema educacional, incentivando-as a retomar os estudos e a manter vivas as suas aspirações para o futuro é liderada pelo programa Avançando a Educação das Raparigas (AGE), uma iniciativa implementada pelo CESC e seus parceiros com financiamento da USAID. 

O programa AGE usa duas estratégias para reintegrar raparigas na escola. A primeira acontece no início do ano lectivo e é direccionada para aquelas que concluíram um ciclo em um clube de interesse durante o período de matrículas. A segunda é destinada às alunas que terminam o ciclo no meio do ano e são reintegradas como alunas assistentes.

Esta última abordagem resultou do trabalho de advocacia realizado pelo AGE junto dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, com o objectivo de engajar as raparigas e incentivá-las a matricular-se no ano lectivo seguinte. Como assistente, a rapariga tem a oportunidade de rever as aulas da classe em que havia desistido, fazer amizades e sentir-se estimulada para continuar os estudos.

 

 

 

Marta - Picture1

Newsletter

Parceiros financiadores:

canada-logo 2  .oie gqSWlk2X3IsB  swissDepartament of    Pestaloze  472ced236bfc37a84aecbb01d1f2b934Visao mundial GIZ  USADA

scamscamscamscamscamscamscamscamscamscamscamscamscamscam